Site da Feira do Livro coloca o certame na Boavista mas câmara insiste nos Aliados

A Câmara do Porto e a Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL) não tinham ainda ontem chegado a acordo para a realização da edição deste ano da Feira do Livro do Porto. A autarquia, segundo o Gabinete de Comunicação e Promoção, persiste na firme intenção de manter o certame na Avenida dos Aliados, conforme estava previsto no acordo celebrado pelas duas partes, válido por quatro anos. A APEL, pelo seu lado, também não recuou no anúncio feito na passada sexta-feira, segundo o qual a feira decorrerá na rotunda da Boavista. A APEL prefere a Boavista (PÚBLICO).Ontem contactada pelo PÚBLICO, a responsável pela comunicação da APEL apenas adiantou que as duas instituições estavam a tentar chegar a um acordo, o que ainda não tinha acontecido ao final da tarde. No site oficial do certame na Internet, porém, surgiu durante a tarde a indicação "Rotunda da Boavista" junto das novas datas da feira, que deverá decorrer entre 1 e 20 de Junho por força do prolongamento da Feira do Livro de Lisboa. O PÚBLICO apurou ainda que, para além do anúncio público da transferência do certame, a APEL informou também os seus colaboradores e associados da mudança para a Boavista. A responsável pelo Gabinete de Comunicação e Promoção da Câmara do Porto explicou ao PÚBLICO que a feira não poderá ser transferida para outro local que não a Avenida dos Aliados, uma vez que não existe a necessária autorização da autarquia para a instalação das estruturas em nenhum outro ponto da cidade. Questionada sobre uma eventual evolução nesta posição, aquela responsável afirmou taxativamente que "não há nada para evoluir". "A única coisa que posso fazer é enviar o protocolo", acrescentou. O documento, assinado há um ano, estabelece que a APEL se obriga a "organizar as edições da Feira do Livro do Porto, na Avenida dos Aliados, durante o quadriénio 2009-2012". Recorde-se que a autarquia alega que não tinha conhecimento, até à passada sexta-feira, de qualquer alteração relacionada com a Feira do Livro, enquanto a APEL, através do seu secretário-geral, afirma que a ideia de mudar o certame para a Boavista resultou de "conversações com a Câmara do Porto".