A arte e a sobrevivência do livro


Podem as novas tecnologias ameaçar o livro? Em Alfama, a exposição 'LivrAr.te' procura responder a esta questão. Na galeria Perve em Alfama, Lisboa, uma exposição que reúne uma série de objectos artísticos em forma de livro procura levar os visitantes a reflectir sobre as consequências da massificação dos livros electrónicos, explicou à Lusa o curador da exposição e galerista, Carlos Cabral Nunes. "Esta exposição acaba por responder a uma inquietação natural de quem está habituado a ter o livro como ferramenta de transmissão cultural e que hoje, com estas tecnologias, se pergunta se o livro e a impressão em papel vão acabar. Esta exposição, artisticamente, responde que não acabará, se o objecto livro for trabalhado como um objecto artístico, como uma obra de arte", resume. A exposição, que se distribui pela galeria de Alfama e por outra em Alcântara, mostra trabalhos de artistas e autores consagrados como Paula Rego, Cesariny, Vieira da Silva, Cruzeiro Seixas, Júlio Pomar, Luiz Pacheco, Alexandre O'Neill e Salvador Dalí, numa recolha de livros-arte e livros de artista. Em destaque está uma edição da Divina Comédia, de Dante, traduzida por Alexandre O'Neill e ilustrada com cem xilogravuras de Salvador Dalí, inserida no contexto dos livros-arte. "É uma edição luxuosa, que segue uma certa espectacularidade", disse Cabral Nunes. A "LivrAr.te" está em exposição nas galerias Perve de Alfama e Alcântara até dia 29.

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