Manoel de Oliveira apresenta novo filme em Cannes


«O estranho caso de Angélica», o novo filme de Manoel de Oliveira, vai abrir na quinta-feira a secção «Um certo olhar», do 63.º Festival Internacional de Cinema de Cannes, em França.

Aos 101 anos, o realizador português volta a marcar presença em Cannes com uma nova produção, na qual esteve a trabalhar nos últimos meses. A ministra da Cultura, Gabriela Canavilhas, estará em Cannes a acompanhar o realizador português na quinta-feira. «O estranho caso de Angélica», que será exibido na quinta e na sexta-feira fora de competição em Cannes, é um projeto que Manoel de Oliveira recupera ao fim de meio século guardado na gaveta. Passado na década de 1950, o filme começa com um fotógrafo, Isaac, que é subitamente acordado de noite pelos proprietários de um hotel na Régua onde está hospedado, para que vá tirar um retrato à filha Angélica que acaba de morrer. Impressionado com a beleza de Angélica, Isaac irá apaixonar-se por ela, pela ilusão de que está viva através da lente da máquina fotográfica. Manoel de Oliveira voltou a convocar um elenco com que tem privado há vários anos, como Luís Miguel Cintra, Isabel Ruth, Leonor Silveira, Ricardo Trêpa, aos quais se junta Pilar López de Ayala, no papel de Angélica. Produzido pela Filmes do Tejo, o filme foi rodado na região do Douro, teve um orçamento de 2,5 milhões de euros e apoio do Instituto do Cinema e Audiovisual. Na secção «Um certo olhar» serão ainda exibidos, entre outros, «Film Socialisme», de Jean-Luc Godard, «I wish I Knew», de Zhangke Jia, e «Amour imaginaires», de Xavier Dolan. Além deste «O estranho caso de Angélica», a presença portuguesa este ano em Cannes passa ainda pelas curtas-metragens, numa nova secção paralela à competitiva, intitulada «Short Film Corner». A secção é uma área profissional destinada a encontro entre produtores e realizadores de curtas-metragens de todo o mundo e que acontecera no Palais des Festivals. De Portugal foram selecionados os filmes «Um gato sem nome», animação de Carlos Cruz, a ficção «As maltratadas», de Ana Campina, já exibido nas salas portuguesas, «Confessional acts», filme experimental de Ana Barroso, «Full house», de Rui Rodrigues, e o documentário «Humanity?», de Flávio Pires.

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