A poetisa italiana, Alda Merini, morre aos 78 anos


Merini dedica a sua obra aos excluídos, aos que sofrem e, sobretudo, à loucura. Ela própria esteve internada algum tempo num centro para doentes mentais. Segundo a própria, existem “dois tempos” na sua poesia. “Um, o primeiro, o tempo da minha adolescência, que surpreendeu alguns leitores pelos voos do verso, pelas assonâncias, pelo relevo dos mitos, e o segundo tempo, que se seguiu ao internamento”. Merini era considerada a maior poetisa italiana viva e uma das grandes escritoras do século XX em Itália. Nascida em Milão em 1931, o seu primeiro livro, “La presenza di Orfeo”, publicado em 1953, obteve o aplauso da crítica, que a acolheu como “uma menina prodígio”. Ao livro de estreia seguiram-se “Paura di Dio”, de 1955, “Nozze romane”, também de 1955 e “Tu sei Pietro. Anno 1961”, de 1962. A sua vida e a sua obra estão marcadas pela alternância entre a loucura e a lucidez, como ficou patente na que é considerada a sua obra mais importante, “A Terra Santa”, de 1984, já traduzida em Portugal, com a qual ganhou vários prémios. Em 1996, Alda Merini tinha sido indigitada para o Prémio Nobel da Literatura, uma candidatura apoiada, sobretudo, pelo escritor italiano Dario Fo (Nobel em 1997). “Era uma extraordinária figura poética, entre as maiores de Itália. Por isso participei activamente na sua candidatura ao Nobel”, declarou Fo.



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