Google recua no projecto "Digitalizar livros de todo o mundo"


A Google fez concessões no projecto de digitalizar livros de todas as partes do mundo. Na sexta-feira, foi apresentada uma nova versão do acordo que tem estado a ser discutido com os representantes dos autores e da indústria livreira americana. No novo modelo, só serão colocadas online obras dos EUA, Canadá, Reino Unido e Austrália. Desde 2005 que a Google está a tentar chegar a um acordo com os representantes da indústria nos EUA. Mas países como a França e Alemanha já tinham protestado por não se sentirem representados nas negociações e argumentavam que os planos da Google violavam as leis internacionais relativas a questões de direitos de autor. Para além de digitalizar livros que estão no domínio público, a Google quer também colocar online obras para as quais não é fácil determinar os detentores de direitos – são as chamadas obras órfãs. O princípio é o de digitalizar e publicar primeiro, e partilhar lucros com os detentores de direitos depois, caso estes o reivindiquem. Os detentores dos direitos podem também ordenar a remoção das obras. A ideia inicial da Google era digitalizar obras de autores de qualquer país que estivessem em bibliotecas dos EUA. O princípio de digitalizar sem procurar os detentores de direitos ainda se mantém na nova proposta de acordo – mas o novo modelo determina uma restrição geográfica e os livros de fora do mundo anglófono não serão colocados online. O serviço vai também estar disponível apenas para cibernautas dos EUA e o documento especifica ainda que tipo de serviços a Google poderá associar às obras digitalizadas. O projecto Google Books tem tido entre os opositores alguns nomes de peso. Rivais da Google, como a Microsoft e Yahoo, a livraria Amazon e o Internet Archive estão entre os que mostraram preocupação com o facto de a Google poder vir a ser dona da única grande biblioteca online e criar um monopólio.

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