Cartas de Lord Byron vão a leilão


É o mais impressionante conjunto de cartas de Lord Byron a aparecer no mercado nos últimos 30 anos: a correspondência adquirida em 1885 pelo conde de Roserbery, que inclui alguns documentos inéditos, será agora colocada em leilão pela Sotheby's, em Londres. Do lote fazem parte as cartas que o poeta inglês escreveu a Francis Hodgson, um membro do clero da era vitoriana que era seu amigo. Aí revela detalhes íntimos, como o caso que teve com uma criada, Susan Vaughan, que abandonou quando percebeu que ela o traía com outros. Gabriel Heaton, especialista da Sotheby's, disse ao "Guardian" que Byron nunca diz nas cartas que vai ser fiel a Susan, mas escreve que espera que ela lhe seja fiel. E quando lhe chegam rumores de que Susan não lhe foi fiel, a criada e amante perde o emprego. A determinada altura, escreve também que os portugueses são um povo de poucos vícios, "exceptuando os piolhos e a sodomia". E fala também sobre a Albânia, descrevendo ao amigo o governante Ali Pasha como sendo "uma pessoa boa, corpulenta e com 200 mulheres e outros tantos rapazes" - "alguns dos quais eu vi e que lindas criaturas eram", sublinha. Byron claramente achava "graça a escrever coisas ligeiramente chocantes a um homem do clero, mas também se vê que eles mantinham uma amizade muito forte. Nota-se que há intimidade entre eles", continua Gabriel Heaton em declarações ao "The Guardian". Por fim, Byron também tece comentários sobre outros poetas do seu tempo, como Robert Southey e William Wordsworth. Este último denegriu o poeta que Byron muito admirava, Alexander Pope, ao dizer que o seu estilo era artificial e arcaico e por isso é referido nestas cartas de maneira depreciativa. Quinze por cento do material desta correspondência nunca foi publicado e está por estudar.

Comentários

Mensagens populares