Astérix chegou a Portugal "de foguetão"


"Astérix, o guerreiro gaulês" começou a ser publicado em Portugal cerca de ano e meio depois da sua estreia em França, aparecendo discretamente no interior do semanário "Foguetão", ao lado de Kim Novak, a "estrela da semana" nessa edição de 4 de Maio de 1961. O "Foguetão" era mais um título da E.N.P., que já editava o "Cavaleiro Andante", e tentava ocupar um outro nicho de mercado, mais vasto, com uma publicação que era o dobro do tamanho e custava então 2$50 escudos. Apostava-se em séries inglesas de reconhecido sucesso, como Sexton Blake e Dan Dare (vindo da Eagle), mas essencialmente em valores seguros da escola franco-belga, como Jean Valhardi (Spirou), Blake e Mortimer e Tintin (ambos da revista Tintin). A grande novidade era, porém, o material comprado ao francês Pilote, como os célebres Pilotorama, da última página, Michel Tanguy e Astérix. Adolfo Simões Muller, director do efémero semanário - só durou 13 números - ainda não sabia, mas acabava de apadrinhar mais um campeão de popularidade, ele que já lançara em Portugal títulos como Tintin, Lucky Luke e Blake e Mortimer. Com o fim do "Foguetão" as histórias ficaram incompletas e terminariam todas no Cavaleiro Andante. Astérix voltaria às páginas da imprensa portuguesa a 13 de Maio de 1963, no "Zorro", com a segunda aventura dos gauleses, "A Foice de Ouro". Depois, seria necessário esperar até 1 de Junho de 1968, para o "Tintin" apresentar "Astérix e Cleópatra", sucedendo-se então os títulos, quase sem interrupções. A primeira edição portuguesa em álbum é de 1967, da Ibis, passando o título para o espólio da Bertrand por muitos anos.

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