A América descobriu a Europa?

Com a ajuda de editoras independentes e com a produção de agências e institutos culturais do Velho Continente, a literatura europeia começa finalmente a revolucionar os Estados Unidos da América, um país que tradicionalmente evita a literatura traduzida. Entre institutos culturais estrangeiros e editores, a tradicional aversão norte-americana à literatura traduzida é conhecida como “o problema dos três por cento”. Mas agora, na esperança de fazerem subir a sua minúscula parcela do mercado norte-americano do livro — cerca de 3% — Governos estrangeiros e fundações, especialmente os que se encontram à margem da Europa, chamam a si esta responsabilidade e lançam-se na luta editorial nos EUA. Essa campanha já não se limita a línguas faladas em todo o mundo, como o francês e o alemão. Da Roménia à Catalunha, passando pela Islândia, agências e institutos culturais patrocinam a publicação de livros em inglês, financiam a formação de tradutores, encorajam os seus autores a visitar os EUA, submetem-se a técnicas promocionais e de marketing norte-americanas que possivelmente já terão evitado e exploram os actuais nichos da indústria livreira.

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