Festa de S. João no Porto - história de um feriado

Martelinhos e alho-porro, muita animação e copos à mistura. Uma das noites mais animadas da cidade do Porto, tem este ano, vários motivos de interesse que ultrapassam os martelinhos e os canecos. Da Foz até ao Castelo do Queijo, brincando às marteladas pelos bairros mais emblemáticos da cidade. De Massarelos a Miragaia, das Fontainhas à Ribeira, o Porto está em festa e só tem de sair à rua munido de um martelinho.
Pelas 22:30 horas, Rita Guerra e os Pontos Fixos animam a maior noite da cidade dando música à Avenida dos Aliados.
Pelas 24 horas da noite de São João do Porto e Gaia, o Douro é palco do "Renascimento da Ponte". O arco da Ponte D. Luís recebe um espectáculo multimédia, com cerca de 20 minutos. Pirotecnia, música, iluminação e figuração estão em sintonia com a temática do espectáculo, a história da Ponde das Barcas e a lenda do Renascimento da Fénix.


Os festejos de S. João na cidade do Porto são já seculares e a origem desta tradição cristã remonta mesmo a tempos milenares. Mas foi só no século XX que o 24 de Junho passou a ser feriado municipal na Invicta. Isto foi possível graças a um decreto republicano e a um referendo aos portuenses, promovido pelo Jornal de Notícias. Estávamos em Janeiro de 1911 e a República Portuguesa dava os primeiros passos. O Governo Provisório da República assumia a governação do país e numa tentativa de implementar a nova ordem junto da população, o Governo Provisório redefiniu os dias feriados em Portugal. Por decreto, a República instituiu como feriados nacionais o 31 de Janeiro, o 5 de Outubro e o 1º de Dezembro . O mesmo decreto impunha, a cada município do país, a escolha de um dia feriado próprio. Foi com este propósito que a Comissão Administrativa do Município do Porto reuniu a 19 de Janeiro de 1911. Segundo o relato do Jornal de Notícias, o conceituado republicano, Henrique Pereira d' Oliveira logo sugeriu a data de 24 de Junho para feriado municipal. O facto não causa espanto. Afinal de contas, o S. João era, já na altura, uma festa com longa tradição na cidade do Porto. A primeira alusão aos festejos populares data já do século XIV, pela mão do famoso cronista do reino, Fernão Lopes. Em 1851, os jornais relatavam a presença de cerca de 25 mil pessoas nos festejos de S. João, entre os Clérigos e a Rua de Santo António e, em 1910, um concurso hípico integrado nos festejos motivou a presença do infante D. Afonso, tio do rei.

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