Apresentação do livro “O Outono está a chegar” | 18 de abril | 16h00 | Centro Cultural de Amarante

Quando se sabe que a cada minuto, morrem três pessoas com tuberculose e outras 17 adoecem em todo o mundo, toda a literatura sobre o tema é bem-vinda. A 18 de abril, o especialista em doenças respiratórias, António Ramalho de Almeida, lança a obra “O Outono está a chegar”. Tem por cenário um sanatório privado, onde chegam e partem doentes com Tuberculose. Passa-se em 1958, numa altura em que aparecem os primeiros tratamentos efectivos para a Tuberculose. Aí vão convergir doentes com graus de gravidade variável, homens e mulheres com os seus problemas relacionados com a sua nova faceta de vida. O que se irá passar no seio familiar sem esses elementos retirados daí por força da doença? O tempo de separação é variável, mas pelo menos serão muitos meses, um ano ou mais…No início o apoio da família é grande mas depois começa a ser mais espaçado, as visitas menos frequentes, e a verdade é que a vida não pára. Alguns doentes resignam-se e até se adaptam com mais ou menos dificuldade à nova situação mas outros não. E as paixões? Homens e mulheres ali metidos, embora sujeitos a um regulamento disciplinar quase intransigente. A possibilidade de sair sem o tratamento concluído é escassa, mas há sempre as festas do Junho em Amarante, a Srª do Leite no S. Gens, a Srª das Vitórias na Lixa e a feira das Cebolas. Serão pretextos para uma fuga da prisão dourada que é a Casa de Saúde de Belos Ares.
“O porquê de ter a honra de ter o Dr. António Passos Coelho a apresentar o meu livro?, deve-se, explica o autor, a vários factores. A amizade que tenho por ele, o reconhecimento da sua enorme qualidade como escritor, e também pelo facto de melhor que ninguém conhecer o que era a vida nos Sanatórios nos anos 50, os problemas, os dramas que se escondiam atrás da esperança de uma cura que às vezes não chegava”. Quanto ao local que vai acolher o evento, António Ramalho de Almeida adianta que tem ligações à cidade, além de que uma das personagens do livro era de Amarante: “Para que tudo acabe pelo melhor só mesmo o CCA - Centro Cultural de Amarante Maria Amélia Laranjeira, poderia ser a “casa” desta apresentação. Não quero retirar prestigio e qualidade a muitos dos locais de Amarante, onde estaria muito bem e onde os meus amigos poderiam também conviver comigo nesse dia, mas devo confessar que o CCA tem um envolvimento cultural difícil de descrever, sentindo-me aí como numa verdadeira Casa de Cultura, que o é de facto”, conclui.


António Ramalho de Almeida nasceu no Porto e formou-se em Medicina pela Faculdade de Medicina da cidade. Especialista de doenças respiratórias, começou a escrever sobre as próprias experiências clínicas e em 1994, obteve uma Menção Honrosa no Prémio Bial, com o livro “A Tuberculose doença do Passado do Presente e do Futuro”. Pouco tempo depois publica “Contos do Sanatório” uma coletânea de histórias vividas ao longo de mais de 30 anos a conviver com doentes internados por longos períodos de tempo. No ano de 2000, publica “ A Trilogia da Tuberculose na vida e obra de António Nobre” por altura do centésimo aniversário da morte do poeta do “SÓ”. “Contributos para a História do Sanatório de D. Manuel II” é o livro que se segue e que vai servir de base a um outro livro chamado “ Hospitais de Gaia”, publicado 2 ano depois. Em 2008, no dia 1 de Fevereiro, lança o livro “ O Regicídio” Um crime mais que perfeito, por altura do centenário do assassinato do Rei D. Carlos. Em 2010 escreve “ 125 anos do Clube de Leça”, e no ano seguinte “ O outro lado da Pneumologia” onde conta as histórias de colegas que viveram a sua especialidade com carinho e muito boa disposição. Em 2013 escreve “ Guiné mal-amada- O inferno da Guerra”, pela necessidade que sentiu em esclarecer os mais jovens, contribuindo um pouco para o contar da História da Guerra do Ultramar, que está ainda longe de ser contada. Tem proferido conferências sobre temas culturais em Portugal e no estrangeiro, integrando desde o ano de 2002, o Clube da Letra, um clube literário do Rio de Janeiro, mantendo convívio com personalidades da literatura brasileira desde então.

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