Entrevista com Bruno Vieira Amaral


Bruno Vieira Amaral, jovem escritor português, venceu os "Prémios Novos" na categoria de literatura, um prémio que se junta ao que tinha vencido com "As Primeiras Coisas" que foi considerado o livro do ano para a revista Time Out Lisboa.

O escritor, que já apresentou o livro "Guia Para 50 Personagens da Ficção Portuguesa" na Biblioteca de Mondim, acedeu a responder a algumas perguntas para o blog da Biblioteca.

Biblioteca Municipal de Mondim de Basto - Bruno, acabaste de vencer os Prémios Novos. O que é que esta vitória significa para ti?

Bruno Vieira Amaral - Estes prémios significam reconhecimento e a possibilidade de divulgar o meu trabalho.
BMMB - Como é que surgiu a paixão pela escrita?

B.V.A. - É impossível explicarmos a origem de um processo que compreendemos mal. Não sei como é que surgiu a paixão – se é que lhe posso chamar paixão –, o que sei é que escrever é uma parte importante da minha vida.
BMMB – Como é que apareceu o “Guia Para 50 Personagens da Ficção Portuguesa?”

B.V.A. - Resultou da vontade de escrever um livro sobre livros mas que não fosse demasiado académico, nem demasiado estúpido. Como sempre tive um fascínio por personagens de ficção e como não havia nenhum livro deste género sobre literatura portuguesa, pensei que seria uma boa ideia.

BMMB – E depois houve a transição para “As Primeira Coisas” que nos parece um pouco diferente do primeiro.
B.V.A. - É muito diferente, sim, até porque se trata de um livro de ficção, mas a ideia é anterior à do Guia. Eu não falaria em transição, porque isso talvez implicasse uma mudança definitiva, mas numa exploração de outros registos.

BMMB - És um autor jovem, o caminho para começar a publicar para escritores mais novos é muito complicado? É preciso uma mistura de sorte e talento?
B.V.A. - Não creio que seja complicado. O que há muitas vezes é um desencontro entre as expectativas de quem escreve e o funcionamento das máquinas editoriais. Nesse sentido, creio que aos jovens autores faz falta paciência, trabalho e capacidade de auto-crítica. Claro que a sorte e o talento também fazem parte do jogo, como em qualquer outra área de actividade.

BMMB - A Cultura está de boa saúde em Portugal?
B.V.A. - Parece-me um bocadinho constipada.

BMMB - Quais são as tuas maiores influências?
B.V.A. - Nelson Rodrigues.

BMMB - Sendo critico literário é mais fácil saber aquilo que os leitores procuram?
B.V.A. - Não. O crítico não é um analista de mercado.

BMMB - És a favor ou contra o Acordo Ortográfico?
B.V.A. - Sou a favor de algumas coisas e contra outras. Como tal, teria sido preferível não mexer.

BMMB - Bruno, já estiveste na nossa Biblioteca para apresentar o “Guia”. Como é que foi a experiência?
B.V.A. - Gostei bastante da oportunidade de falar sobre o meu trabalho aos leitores de Mondim. Espero que se possa repetir no futuro.

BMMB - Que projetos tens para o futuro?
B.V.A. - Vários. Na área de não-ficção.

BMMB - Que conselhos podes dar a alguém que queira começar o seu caminho na escrita?
B.V.A. - Aquilo que referi: trabalho, paciência e um grande sentido crítico.

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