Doris Lessing, uma nobilíssima escritora




Doris Lessing, 88 anos, é a 11ª mulher a ser distinguida com o prémio Nobel da Literatura. Mulher que nunca teve a tentação de procurar ser politicamente correcta, antes de dizer frontalmente o que pensava, Lessing «fez da experiência de ser mulher um épico e com cepticismo, fogo e poder visionário, submeteu uma civilização dividida ao escrutínio», sustenta a Academia sueca que, no entender de muitos, tardou a reconhecer a obra da escritora britânica. Mulher frontal, politicamente incorrecta, de ideias claras, nunca se escondeu para defender os direitos dos oprimidos. Essa frontalidade, reforçada pelas suas convicções, tornaram-na persona non grata da Rodésia e na África do Sul, pelas posições que tomou contra o racismo e o Apartheid. Nascida na Pérsia, hoje Irão, em 1922, Doris Lessing cresceu numa quinta na Rodésia, hoje Zimbabué. Talvez por ter nascido e vivido em África, a sua obra encarna um espírito humanista e de intervenção social, defendendo as causas dos que considera mais fragilizados, mais fracos, denunciando graves problemas ao nível da injustiça social ou descriminação sexista e racista.

Cronologia:

1919 - A 22 de Outubro, nasce na Pérsia, actual Irão, filha de ingleses. O pai era caixeiro no Banco Imperial da Pérsia. A mãe era enfermeira.
1925 – A família muda-se para a Rodésia, actual Zimbabué.
1941 – Casa com Franck Wisdom, de quem terá dois filhos.
1943 – Divorcia-se e filia-se no Partido Comunista britânico (PCB), começando aqui um dos períodos mais controversos da sua vida.
1944 – Casa com Gottfried Lessing, de quem teve o seu terceiro filho.
1949 – Parte para Londres. Publica a sua primeira obra, A Erva canta.
1954 – Abandona o PCB. Ganha o Prémio Somerset Maugham pelo livro Um casamento apropriado (Livros do Brasil)
1956 – E declarada persona non grata na Rodésia e África do Sul pelas suas posições anti-racistas.
1976 – Prémio Médicis (França) por O caderno dourado.
1981 – Prémio austríaco de literatura europeia
1982 – Prémio Shakespeare (Alemanha) por A formação do representante do planeta 8 (Europa-América)
1985 – Finalista do Book Prize de ficção por A Boa terrorista (Europa-América). Recebe o Prémio W. H. Samith Literary e Mondello de Itália.
1989 – Prémio Grinzane Cavour (Itália).
1995 – Los Angeles Times Book Prize por Under my skin.
1999 – Prémio Internacional da Catalunha. Recebeu a condecoração Companion of Honour, depois de ter recusado o título de Dama do Império britânico porque, alegou, “já não existia Império”.
2001 – Prémio de Literatura Britânica David Cohen e Prémio das Astúrias em Literatura.
2007 – Prémio Nobel da Literatura

Links:

http://www.dorislessing.org/
http://nobelprize.org/nobel_prizes/literature/laureates/2007/bio-bibl.html

Comentários

Traquinas disse…
Bem, distaí-me e o Blog foi crescendo. Muito bem, continua, vou passando por aqui.

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